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2010-02-24

E agora, José?

 

Eu ando pensando demais ultimamente.

 (para chegar sempre no mesmo lugar. consigo a incrível proeza de pensar em círculos. talvez seja porque eu já estou cansada demais para poder pensar em outra coisa.)

2010-02-13

I will battle for the Sun, and I won't stop until I'm done

Eu estava hoje lendo o post do Rôh e pensando na Vida, o Universo e Tudo o Mais. Pensei nas coisas boas da vida. Os pequenos momentos, uma frase colocada no lugar certo, dita na hora certa. As conversas, os bons livros, os filmes incríveis. A incansável frase "hoje eu quero escrever". Ou então a típica "sabe no que eu estava pensando?". As pequenas fugas, que na hora nem parecem tão pequenas assim. O vamos nos permitir. E não estou falando só do Romell, estou falando de todo mundo com quem eu já vivi coisas assim. Talvez seja só TPM, ou talvez seja o feriado prolongado, mas eu ando meu saudosista esses dias. Estou me dando ao luxo de esperar o ônibus mais vago, aquele em que eu posso sentar na janela do lado direito - o lado da sombra, o que é muito importante -, abrir um pouco mais a janela e sorrir meio idiotamente quando o vento fica mais forte. E, ora, ora, vejam só, nem fico mais chateada quando alguém senta ao meu lado (tem coisa mais anti-social do que não gostar que alguém sente ao seu lado num transporte público?). 

Mas, calma, não estou virando uma Pollyanna da vida. Sexta-feira eu acordei às 6h e fui nadar, cheguei em casa com os braços caindo e reclamei o tempo todo, é claro. Existem coisas que não mudam nunca. Mas o que eu não costumo dizer é que acho as manhãs nubladas uma das coisas mais bonitas do mundo, apesar da minha incapacidade de acordar cedo todo dia. O que eu não costumo dizer é que adoro nadar, e que gostaria muito de não precisar ter uma crise de pânico toda vez que for fazer isso.

De um jeito ou outro, neste exato momento, eu só quero viver um pouquinho mais ensolarada. Entenda como quiser. Eu não tenho muita credibilidade nas coisas otimistas da vida, mas vou tentando do meu jeito. Vou quietinha no lado da sombra, no ônibus vago, e quando me perguntarem se alguma coisa mudou, eu vou dizer que não sei, que provavelmente não, mas o processo já começou.

2010-02-07

Dos nossos planos é que tenho mais saudade

Quando olhávamos juntos na mesma direção

Eu estou tentando encarar isso de uma forma madura e positiva, juro que estou. E acho que estou até conseguindo, veja só. Ainda não chorei litros e nem me desesperei, como costumo fazer. Acho que estou agindo da mesma forma que agi naquela época em que eu ia sair do colégio pra entrar no CEFET, lembra? Eu deixei o desespero pro final, quando fosse realmente necessário.

Mas, claro, eu não posso deixar de lembrar de todos esses anos, e de como a gente fala como se fossem muitos mesmo. Quatro carnavais, é assim que eu conto, e é assim que você provavelmente também conta, porque ficamos amigos exatamente no carnaval. Eu lembro que você tava de preto, e acho que foi a única vez que te vi de preto (mas minha memória é horrível, então é capaz de você me dizer que na verdade estava de verde naquele dia, e lá se vai a minha credibilidade).

A gente conversava por horas e horas, em qualquer lugar que estivesse. Fosse naquela espécie de palco que tinha no pátio do colégio, fosse na aula de Química II, a gente conversava. Era quase sempre sobre o mesmo assunto, lembra? Claro que lembra. 

Então, claro, eu não posso deixar de lembrar dessas coisas. De quando eu tinha catorze e você quinze (que velho, hein), e ficávamos planejando onde e como seria o nosso apartamento, porque, claro, nós iríamos morar juntos.

Mas, vamos lá, algum tempo já passou e, como você mesmo disse, fizemos o que queríamos fazer. Talvez não exatamente como imaginávamos, mas fizemos. Eu deveria estar feliz com isso e, bom, eu acho que estou. Não saltitantemente feliz, mas feliz. Não é pra parecer super compreensiva sem realmente ser, nem nada do tipo, mas eu realmente, profundamente, sinceramente, fico feliz por ti, porque é isso que tu sempre quis fazer e tu merece. Tu sonhou e se esforçou.

Então, claro, eu vou ficar triste e vou chorar quando te imaginar dentro de um ônibus/carro/whatever, indo pra longe de mim (e esse sempre foi um dos meus maiores medos, tu ir embora de vez), e vou imaginar milhões de coisas. Vou imaginar que tu vai me esquecer, que nossas cartas se tornarão cada vez mais espaçadas e impessoais com o tempo, que você nunca vai entrar no msn e que vai fazer outros amigos. Vou imaginar que você vai morar com alguém (eu sei que não vai, mas eu vou imaginar) e que eu não vou fazer falta. Vou imaginar que você nunca mais vai voltar pra Fortaleza (eu sei que você vai voltar, mas eu vou imaginar o contrário). Eu sei que vou fazer tudo isso porque eu acho que gosto de sofrer, mas deixa pra lá.

E eu tô fazendo o maior drama agora, mas é só pra te dizer que eu realmente quero que tudo dê certo, porque tu merece que dê certo. Só pra te dizer que eu me importo, que eu vou te catar lá no fim do mundo se tu sumir, e que isso é uma ameaça. Só pra te dizer que você é o "senhor dos meus segredos", lembra disso?

Agora já chega, porque eu vou chorar e ainda não tá na hora. Me manda teu endereço quando chegar lá.

 

2010-02-01

Duas passagens só de ida para Londres, por favor

Eu poderia ser chata e resumir meu mês de férias com uma única palavra: calor. Poderia dizer que tive que faltar meu primeiro dia de aula porque mal conseguia ficar de pé hoje e nem sei se vou amanhã. E também que esse tempo todo não foi o suficiente para fazer tudo o que eu queria. 

Mas, vamos lá, eu realmente esperava que fosse? Não, né.

Acho que nunca precisei tanto de férias quanto no semestre passado. E então eu tive. Posso ter deixado o violão encher de poeira e nem ter encostado nele, mas pelo menos assisti muita coisa. Posso não ter assistido Eraserhead (DESCULPA, Lucas, eu juro que assisto um dia), mas terminei de ler Lolita e comecei Alice in Wonderland. Posso ter desenhado mal e muito pouco, mas escrevi pra caramba.

E, então, tudo bem. Sinto falta de reclamar dos laboratórios do CEFET IFET mesmo. E de me empolgar muito com as matérias novas pra quatro meses depois querer morrer por causa delas. E de entrar na locadora só pra ver quantos filmes bons que não assistimos ainda existem no mundo. E de ir na livraria pra ficar babando em Ulysses. E de rir de toda e qualquer besteira. E de procurar salas vazias. E de fazer piadinhas infames na hora do intervalo. Adoro isso. ♥