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2010-11-30

História da minha vida profissional que ainda está por vir

Pra você ver como a vida nunca pode deixar de ser irônica - e eu tenho quase certeza de que usei essa frase em alguma história -, foi no semestre mais chato e desestimulante de todos que eu decidi de uma vez por todas que não estou no curso errado. A grande epifania do mês foi descobrir que estou na área certa, mas na especialidade errada.

Então, a um semestre de acabar o curso, eu tenho certeza de que quero trabalhar no ano que vem, e de que quero trabalhar na área. Tenho certeza de que não foram quase quatro anos perdidos, porque eu aprendi, porque eu posso não ser um gênio, mas sei me esforçar. E, além de tudo, têm sido uns dos melhores anos da minha vida, apesar dos ataques de nervos, das pessoas desistindo e das conversas sobre "o que estamos fazendo aqui?" toda semana.

Resumindo, o que eu queria mesmo era lidar com webdesign/design gráfico ou biorobótica. Duas coisas completamente diferentes, mas a primeira é o que eu sei que seria gostoso de se trabalhar e a segunda é o tipo de coisa que eu preciso fazer.

Agora é que vem a explicação grande.

Mamãe ficaria surpresa de me ouvir dizer isso, mas, do alto do meu egoísmo latente, eu tenho uma espécie de necessidade de fazer algo útil pelos outros. Não posso mudar o mundo, tenho consciência disso e, de certa forma, tenho consciência de outros tantos limites meus, mas o fato é que eu realmente gostaria de fazer algo assim e sei que me vou me sentir se não inútil, pelo menos incompleta até fazer algo assim. Queria a biorobótica porque, dentro da Computação, é uma das áreas em que essa utilidade é menos abstrata e mais real. Membros para quem não os tem, sensores para quem não vê ou ouve. Meu irmão uma vez me disse, meio amargurado por não ter seguido esse caminho, algo como "por que o homem pode viajar até a lua e não pode fazer uma pessoa sair da cadeira de rodas?". This.

(antes que perguntem, eu nunca tive estômago pra sequer cogitar Medicina. não vai ser nessa vida, pelo menos. sou viadinha demais.)

Escrever é um dos meios (aparentemente) abstratos de ajudar e ser útil, mas de certa forma, pelo menos no meu caso, é uma arte egoísta. É a minha forma de propagar o que eu sinto e preciso sentir em vidas que não existem, em cenas que nunca vão acontecer e, sim, é uma forma de distribuir o amor também.

É por essas e outras que, contradizendo esse meu apreço pela ciência, decidi também (espero que essa decisão dure) fazer ou pelo menos tentar fazer Letras. Se não agora, pelo menos no futuro próximo. Não quero chegar a lugar nenhum dizendo que não fiz nada do que queria ter feito. Letras também tem o lado solitário da tradução e revisão, mas tem as aulas. Ser professora é o meu desejo secreto desde muito tempo, e provavelmente nasceu do desejo nada nobre de querer estar certa e mostrar aos outros que sei do que estou falando. E junte-se a isso aquela necessidade de ser útil e de transformar em palavras tudo o que eu quero dizer e voilà.

(claro, sou uma porta de tão anti-social/tímida/sociofóbica/seu termo favorito, mas se eu nunca passar por cima disso por mim, quem vai passar?)

Eu nunca fui tão decidida assim, sabe. Minhas grandes decisões eram coisas de momento, de birra, passavam depois de um tempo. Mas essas são as coisas que estão na minha cabeça - e no meu coração, por que não? - desde sempre e que só agora eu comecei a organizar em metas e resultados concretos. De certa forma, acho que foi por causa do baque. Sempre é por causa de um baque. A gente cai por algum motivo e se levanta um pouco mais forte, um pouco mais esperto, um pouco mais decidido e, claro, um pouco mais amargo. Dessa minha última queda veio essa força de vontade e essa fidelidade à mim - mais forte e renovada - que talvez não tivessem se manifestado enquanto eu não parasse e começasse a ver que da minha vida sou eu quem decido e sou eu quem me fodo. Che disse que hay que endurecer, pero sin perder la ternura, e não sou do DCE nem faço passeata, mas concordo.

2010-11-29

Beneath the sheets of paper lies my truth

Na madrugada de sexta pra sábado consegui pôr no papel toda a idéia que começou aqui e aqui. Resolvi que escreveria tudo e escrevi, e é a primeira vez que eu consigo fazer isso. Tudo o que eu escrevo ou é pequeno demais ou está incompleto e desorganizadamente distribuído em cadernos e pastas aleatórias. Até minhas pastas do computador são desorganizadas, reflitam. Eu, que tenho um senso de oprganização tão grande para algumas coisas - como respostas de uma prova ou uma FAQ do 6v - só sei arrumar minhas próprias coisas deixando-as jogadas em qualquer canto. 

E essa sou eu desviando do assunto.

Consegui escrever e me senti bem por isso, por saber que eu sou capaz de terminar algo que comecei. Mesmo que seja lapidado depois, mesmo que esteja uma bosta, mas eu terminei. Reparei também que já usei quase metade do caderno "de escrever" que comprei em setembro, sendo que o anterior durou mais de um ano. E, pra completar, tenho escrito tudo o que preciso e quero escrever. Mesmo que tenha dias em que eu não escreva, dias em que eu estou cansada demais e durmo em cima do caderno, e mesmo assim só depois das 4h, mesmo que tenha dias em que os trabalhos do CEFET sejam mais urgentes do que a nova cena pra escrever, eu tenho escrito

2010-11-25

Until the very end - Spin off

Eu tô numa tpm absurda que me impede de parar de chorar entre o momento em que abro os olhos quando acordo até o momento em que vou dormir. Mas isso aqui resume o meu estado de espírito sobre Harry Potter no momento, e isso aqui eu acho que todo mundo deveria ver uma vez na vida. E nem vou escrever mais nada porque eu já sequei escrevendo sobre o Harry.

2010-11-15

Hoje eu acordei meio 2007

O florir do encontro casual
Dos que hão sempre de ficar estranhos...


O único olhar de interesse recebido no acaso
Da estrangeira rápida...


O olhar de interesse da criança trazida pela mão
Da mãe distraída...


As palavras de episódio trocadas
Com o viajante episódico
Na episódica viagem...


Grandes mágoas de todas as coisas serem bocados...
Caminho sem fim...


(Álvaro de Campos)

2010-11-11

You make my dreams come true

Eu tenho um monte de sonhos - e pesadelos - recorrentes. Por exemplo, sempre sonho que acontece alguma coisa e eu tenho que fugir (os acontecimentos variam de acordo com a minha idade. quando eu era menor, era porque alguém queria roubar todos os meus brinquedos. depois era um ataque alienígena. depois dinossauros. e assim vai.), ou que estou nadando/me afogando.

Mas vamos falar de coisa boa?

Eu também sempre sonho com estrelas. Sempre gostei de olhar pra elas, desde pequena, e até hoje quando tô voltando pra casa fico olhando pro céu e reconhecendo minhas velhas amiguinhas. O fato é que ontem eu sonhei com isso de novo.

Era um céu enorme. Tá certo que o céu é sempre enorme, mas esse era maior ainda. Coisa de sonho, né, não tem o que discutir. Eu - ou pelo menos uma pessoa que eu acho que era eu - estava olhando pra esse céu, altamente estrelado, com todas as estrelas e constelações que eu via quando era criança no telescópio do meu irmão. Elas eram lindas, cara. Brilhavam do jeito que não brilham aqui, numa cidade iluminada demais para serem vistas.

E nesse sonho eu estava com mais alguém, era uma mulher. E eu disse (ou ela disse, não sei. coisa de sonho), o seguinte:

...mas toda vez que eu a ouvia falar qualquer coisa com aquelas letras puxadas, toda vez que a via sorrindo por um motivo bobo, toda vez que ela simplesmente jogava a cabeça pra trás e ria... toda vez que coisas assim aconteciam eu decidia, por trinta segundos, que queria me casar com ela, vê-la fazer isso todos os dias, capturar todos os momentos, todos os pequenos momentos e gestos que me faziam a amar tanto. Toda vez que coisas assim aconteciam, eu esquecia todas as minhas teorias sobre o amor, ou melhor, sobre o não-funcionamento do amor a longo prazo, e não queria saber de mais nada.

Então obviamente eu devo ter pensado isso, e não dito pra ela. Mas enfim. Coisa de sonho. O fato é que acordei pensando "porra, tenho que escrever isso", mas aí esqueci e lembrei de novo por causa da cah   

2010-11-10

Então, né

...vi que faz um milhão de anos que não posto aqui, e tem horas que prefiro escrever merda do que simplesmente não escrever.

Então, né.

Isso não é realmente interessante, mas vamos lá: história da minha vida nas últimas duas semanas.

.x. ENEM, cara. Nem vou falar de sacanagens, provas anuladas e blábláblá, se for pra fazer de novo, eu faço, ué. Que se há de fazer? O fato é que eu odeio testes de seleção de todos os tipos, sempre acho que vai dar tudo errado, e meu irmão já tava querendo me dar uns tapas no sábado pra ver se eu me controlava. Histeria Pré-Prova é o meu segundo nome.

.x. CEFET, cara. O nome agora é IFCE, mas né, nem gosto, nem me acostumo. Que semestre chato, que matérias chatas, que porra chata do caralho. E é trabalho daqui, programa dali, e eu já cheguei no ponto de ficar cansada e não ligar pra mais nada. Mas aí eu lembro que tenho que ligar, porque né, penúltimo semestre, não dá pra simplesmente jogar as coisas pro alto. Mas que eu queria umas férias, isso eu queria.
(e hoje ainda meio que peguei briga com a professora de Banco de Dados, que acha que dá aula. Ela me chamou de rebelde. Mereço?)

.x. Casa de Cultura, cara. Eu amo estudar Inglês, adoro as aulas, tenho uma professora super amor, mas a mulher ficou de licença médica e cadê a minha vontade de acordar 5h50 da manhã pra ir pra aula da substituta? Não rola. Acho que já nem posso faltar mais, tenho que ir amanhã. O dia é lindo, os pássaros cantam, mas ficar cochilando dentro do ônibus atrás do óculos de sol não é legal. 

.x. Tem um bilhão de filmes no computador que eu ainda não assisti, e nem posso mais baixar outros porque não tem espaço e não tive tempo de ir comprar DVDs. 

.x. Tem um bilhão de livros que eu tenho que ler, mas - oh, wait! Estou deixando de fazer outras coisas pra ler.

.x. Não consigo dormir antes das 4h da manhã. Agora releia o item "Casa de Cultura". Agora reflita. É.

.x. Tenho milhões de idéias pra escrever, mas cadê tempo, cadê a não-preguiça, cadê sei lá o quê?

.x. Preciso de um estágio. Preciso organizar minha vida e meus horários. Preciso virar adulta e tal. Socorro.

Acho que é isso .____. Agora vou ver Glee. Prioridades na vida, temos que ter.