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2012-02-24

Pequenas considerações menos pessimistas sobre a vida

Depois de destruir meu violão*, minha vontade de ter alguma espécie de capacidade musical reincidiu sobre as letras. Deve ser uma coisa muito muito muito interessante escrever música, e eu não faço nem ideia de como se procede. Mas imagino que seja um negócio só pra quem tem uma puta capacidade de síntese, porque olha. Enfim, divagações.

*

Minha madrugada de ontem foi um cu - conforme registrado no post anterior -, minha manhã de hoje foi meio anestesiada, e então ela se tornou um lampejo de esperança. O almoço foi legal porque teve lasanha (bom, cheirava a lasanha e tinha gosto de lasanha, então acho que era) e um suco de limão que me gelou até a alma. A tarde e o começo de noite foram felizes porque sentei num sofá fofo, tenho amigos fofos, tirei alguns segundos pra ficar olhando para três filhotes de gato fofos. Minha noite tem sido só normal e reflexiva. Isso tudo só pra dizer que ainda percebo um tipo de leveza estranha, que me faz de certa forma confiar no que quer que a vida vá me aprontar daqui pra frente. Isso é novidade pra mim. É como uma sensação contínua de querer escrever, só que sem a frustração de não escrever. Não tô mais fazendo sentido, então vamos parando né.

Enfim, eu só queria escrever mesmo pra dizer que agora tá ok. Que agora eu confio, não sei quando, não sei como nem por quê. Mas é uma coisa boa.


mentira, só quebrei uma corda.

Uma constatação

Aquele momento chato em que as pessoas que disseram que eu sou uma pessoa horrível é que estavam certas.

2012-02-22

21.02.2007

me parece que foi nessa data, mas não tenho certeza. não tem muita importância agora; gosto mais de comemorar épocas do que datas.
"Eu lembro como você me olhava quando eu chegava em sala, atrasado, pra variar (e, às vezes, me mandava mensagem perguntando se eu iria pro colégio ou dizendo que eu estava perdendo a aula do Bandeira). Caminhava em tua direção e sentávamos nos mesmos lugares todos os dias. Lembro de tuas unhas grandes, pontudas e quadradas. Lembro de ficar com raiva por não conseguir obter nenhuma informação antecipada através de suas expressões (inexpressivas). Lembro que teus seios marcavam na farda e isso era muito sensual, apesar de você não ligar à mínima. Lembro de te ver escrever – e essa é uma das coisas que sinto mais falta: as linhas do teu caderno eram pretas (não sei por que lembro isso) e se alguma parte do Will não lhe agradava você apagava folha por folha, explicando-me que não precisava apagar perfeitamente e que eu e tua mãe éramos muito perfeccionistas nesse ponto. Hoje eu fico em dúvida em como, de fato, devo apagar."
somos dois saudosistas irrecuperáveis. desses que se encontram pra falar do tempo e do passado, desses que escrevem sobre si mesmos em todo carnaval, desses incapazes de escrever cartas com menos de dez páginas. 
"Lembro de como eu não queria estar com mais ninguém, de nossos segredos secretos, de nossa alma escancarada. Lembro do primeiro dia que te vi e, inexplicavelmente, da saia marrom que você usava e te fazia parecer, sei lá, diferente. Lembro de como estar com você parecia eterno até o dia que lembro que te abracei porque você iria partir, de te ver olhar para trás através do vidro traseiro do carro azul da tua irmã e depois de não ver mais o carro nem você nem nada."
tu me escreveu esses parágrafos em setembro de 2010. 
"E eu lembro, sobretudo, de nossas promessas, de nos darmos nossas liberdades, de brincar com tua orelha, da biblioteca e de te fazer ir pra coordenação. Lembro-me de não nos importarmos nem por um segundo, pois nós sabíamos de tudo. E, hoje, penso não saber de nada."
seis carnavais. e contando. 

2012-02-17

Amélie Poulain me entenderia

Já que ainda estamos no começo do ano, achei que não seria má ideia fazer uma listinha de pequenos prazeres e decisões que eu preciso praticar com mais frequência.


.x. Alugar filmes & comprar livros na livraria
Porque esses dois atos geram basicamente a mesma sensação: o prazer de andar pelas prateleiras, escolher um livro/filme, ler a sinopse, tocar neles e levar pra casa na mesma hora. É o tipo de coisa que não acontece quando você baixa um filme ou compra um livro pela internet. Só é uma pena que comprar livro ainda seja bem mais caro que alugar filme.


.x. Ficar perambulando por sebos
Faz muito muito muito tempo que não faço isso. Somado à sensação que eu falei no item anterior, tem ainda aquela de encontrar um vendedor simpático. Nesses sebos/locadoras pequenos em que quase ninguém entra você quase sempre encontra aquele vendedor que passa o dia todo lá, inventando coisas pra fazer e sem conseguir vender nada. Eles se enchem de esperança quando a gente entra e são simpáticos, você acaba saindo de lá sentindo que fez alguma coisa boa pelo dia daquele cara.

.x. Assistir filmes
Porque a quantidade de filmes que eu tenho salvos aqui e nunca assisti (ou só assisti pela metade, o que é perigosamente mais comum) é vergonhosamente grande. Esse ano eu tenho me policiado mais pra terminar de assistir os filmes que começo, e é ótimo. Meu recorde foi num fim de semana aí em que consegui engatar seis filmes em um dia.

.x. Escrever fic
Faz mais ou menos um ano (senão mais) que eu não escrevo fic for real. Os motivos são muitos, desde as reviravoltas da minha vida até a simples falta de tesão. Mas ele tem voltado, e eu tenho escrito um pouquinho. O passo ainda é de tartaruga, mas tá saindo do lugar e tô feliz com isso; eu meio que tinha esquecido como é divertido escrever fic. 

.x. Ler fics de outros fandoms
Quero ler de Harry Potter também, mas eu li tão pouco de outros fandoms que acho que vale a pena me aventurar. Especialmente em Doctor Who e Star Trek.

.x. Ler e escrever mais em inglês
O que me fode é que o acervo de livros em inglês que tem na biblioteca do IFCE é ridiculamente pobre. Tem pouquíssimos livros, e pra comprar... bem, basta dizer que eu não tô com dinheiro pra comprar nem pocket book na Saraiva, então avaliemos. Talvez um dia eu me aventure no acervo da Casa de Cultura na biblioteca da UFC, já que dizem as lendas que eu tenho acesso a ele - nunca testei.

Esse é o meu último ano no Inglês e quero melhorar a escrita, tanto pra fazer o curso avançado depois quanto porque... bom, porque é legal, né. Tem coisas que eu realmente prefiro escrever em inglês, mas meu vocabulário ainda não é essas coisas todas e eu não treino o suficiente. O que eu escrevo em inglês eu posto neste tumblr; pra você ver como a quantidade de textos publicáveis que eu escrevo é imensa, tem apenas UM POST nele \o/

.x. Escrever mais cartas
Eu chego a levar três meses pra escrever uma carta só, tem que ver isso aí.

.x. Voltar a escrever como antes
No sentido de qualidade. Tava vendo umas histórias e textos antigos e, minha gente, eu escrevia bem melhor do que escrevo agora.

.x. Desenhar mais
Plano básico pra todos os anos da minha vida, mas em poucos eu coloco em prática. Começarei neste feriado. Um sonho: desenhar nus com modelos reais, mas acho que mamãe não gostaria de encontrar gente nua no sofá da sala, então né.

.x. Voltar ao violão
Sei mais nem como é que faz um dó, essa é a minha vida.

.x. Estudar 
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, ok né
Mas a meu favor devo dizer que essa semana eu passei uns três dias indo pra TODAS AS AULAS, um feito quase inédito esse semestre. É meio deprimente tirar notas baixas na sua matéria preferida, então fiquei traumatizada e meio que decidi que seria uma boa ideia PASSAR DE SEMESTRE.

2012-02-10

I want to become immortal and then die

Hoje eu recebi uma carta – enorme, diga-se de passagem – do meu Pierrot. Nela, entre muitas outras coisas, ele comentou que, afinal, talvez eu só seja um espírito velho, desses que já viveram muitas e muitas vidas por aqui. Ele disse isso por causa da minha ligeiramente mórbida sensação de que, de alguma forma, a minha vida está acabando. Eu não gosto de falar sobre isso nem escrevendo, mas vá. A questão é que durante muito tempo eu tive muito medo de muita coisa. Ainda tenho, é claro, e alguns são perfeitamente plausíveis, outros completamente irracionais. Mas de uns tempos pra cá eu tenho percebido que as coisas estão se encaixando no seu devido lugar, como eu sempre quis que estivessem, aliás. Que eu não tenho mais tanto medo assim e que, de alguma forma não apenas poética, eu posso finalmente respirar.  

No one’s gonna take me alive
You and I must fight to survive

Quero tatuar isso algum dia. Talvez nas costas, mas até lá tenho tempo de decidir. Sim, é de uma música do Muse, mas resume tanta coisa pra mim que é o bastante. Pra falar a verdade, já tem algum tempo que eu tenho uma listinha de coisas tatuáveis – frases, principalmente. Vou anotando e deixando lá, pra ver quanto tempo dura a ideia/vontade. Se durar bastante tempo sem arrefecer (= anos), então é porque já dá pra considerar seriamente. A do Muse não é a minha prioridade, mas é uma delas. Acontece que cada uma das minhas ideias de tatuagem tem uma razão específica de ser, mas semana passada eu decidi quando fazê-las. Não no sentido de marcar dia e hora, mas é que eu sempre considerei tatuagens mais como lembretes do que como enfeite. Um dia decidi que quero marcar meu corpo com o tempo que for passando por ele. Eu quero fazer essas tatuagens para me lembrar de coisas que não posso esquecer e poder lembrar que tive tempo. É uma frase estranha e meio sem sentido vista assim, de longe, but still. Em algum momento, eventualmente, a vida vai me surpreender, e então eu vou saber que esse é meu quando.